sábado, 26 de novembro de 2011

A cultura dos editais - O remédio amargo dos artistas

   O artista que passa o tempo recluso na solidão do atelier, trabalhando, desenvolvendo sua experiência estética, como um operário da linguagem e do pensamento, está em extinção. É coisa de museu. Ou melhor, é raridade nos museus de arte, hoje em dia, que estão deixando de ser instituições de referência da memória para servir de cenários para legitimação do espetáculo. Às vezes com míseros recursos que ficamos até sem saber, quando deparamos com baldes e bacias nessas instituições, se são para amparar a pingueira do telhado ou se trata de uma instalação, contemplada por um edital para aquisição de obras contemporâneas. O que interessa na politica cultural nem sempre é a arte e a cultura, e sim, o glamour. Em nome da arte contemporânea faz-se qualquer coisa que dê visibilidade.
As políticas públicas foram relegadas às leis de incentivo à cultura e aos editais públicos. Nunca se fez tantos editais neste País, como atualmente, para no fim fazer da arte um suplemento cultural, o bolo da noiva na festa de casamento. Na fala do filósofo alemão Theodor Adorno: “As obras de arte que se apresentam sem resíduo à reflexão e ao pensamento não são obras de arte”. Do ponto de vista da reflexão, do pensamento e do conhecimento, a cultura não é prioridade. Na política dos museus, o objeto já não é mais o museu que se multiplicou, juntamente com os chamados centros culturais, nos últimos anos. 
Com vaidade de supermercado, na maioria das vezes eles disponibilizam produtos perecíveis, novidades com prazo de validade, para estimular o consumo vetor de aquecimento da economia. A qualificação ficou no papel, na publicidade do concurso.
 Esses editais que bancam a cultura são iniciativas que vem ganhando força. Mostram ser um processo de seleção com regras claras para administrar o repasse de recursos, muito bem vendido na mídia, como um
método de democratizar o acesso e a distribuição de recursos para as práticas culturais. Mas nem tão democrático assim. Podem ser um instrumento possível e eficiente em certos casos, mas não é a solução,
 é possível funcionar também, como escudo para dissimular responsabilidades pela produção, preservação e segurança do patrimônio cultural. Considerando-se ainda a contratação de consultorias, funcionários, despesas de divulgação, inscrição, o trabalho árduo e apressado de seleção , é um custo considerável, em último caso, gera serviços e renda.
O artista contemporâneo deixa de ser artista para ser proponente,empresário cultural, captador de recursos, um especialista na área de elaboração de projeto, com conhecimentos indispensáveis de processo público e interpretação de leis. Dedica grande parte de seu tempo nesse processo burocrático de elaboração e execução de projeto, prestação de contas, contaminado pela lógica do marketing, incompatível para o artista que aposta na arte como uma opção de vida e meio de conhecimento que exige uma dedicação exclusiva. Ou então, ele fica à mercê de uma produtora cultural, para quem essa política de editais e fomento à cultura é um excelente negócio.
 Uma coisa é preocupante, se essa política de editais se estender até a sucateada área da saúde. Imaginem uma seleção pública para pacientes do Sistema Único de Saúde que necessitam de procedimentos médicos, os que não forem democraticamente contemplados, teriam que apelar para a providência divina, já engarrafada com a demanda de tantos pedidos.
 Nem é bom imaginar. Que esta praga fique restrita nos limites da esfera cultural, pelo menos é uma torneira que sempre se abre para atender parte de uma superpopulação de artistas / proponentes pedintes.
 O artista, cada vez mais, é um técnico passivo com direito a diploma de bem comportado em preenchimento de formulário, e seu produto relegado ao controle dos burocratas do Estado e aos executivos de marketing das grandes empresas. Se o projeto é bem apresentado com boa justificativa de gastos e retornos, o produto a ser patrocinado ou financiado, mediano, não importa. O que importa é a formatação, a objetividade do orçamento, a clareza das etapas e a visibilidade, o produto final é o acessório do projeto. Claro, existem as exceções.

 Almandrade (artista plástico, poeta e arquiteto)
Texto publicado: JORNAL   A TARDE, SALVADOR - 10/11/2011


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ordem do dia :Colorir!!!!!

 Hoje 11 /11/11 coisa inédita!!!!  outro dia com números parecidos só 12 /12/12 !! se estiver viva pra ver!Como a Dona  Canô,salve,salve (rs)
Então para que o Universo conspire ao favor das coisas boas para o mundo, a ordem do dia :CO-LO-RIR!
Ih!!! que legal juntar palavrinhas COR + RIR ( voltei pra alfabetização) rsr
Desde criança adoro renovar aqueles objetos velhinhos, pegava tinta e pintava de outra cor e Pluf! (referindo-me ao livro Flicts  do ZIRALDO) a nova cor faz mágica pros olhinhos!!!recortar revistas então nossa!! minha mãe me chamava de formiga cortadeira!! Bugs,  a parte essa é uma mania que não larguei até hj!Cola tesoura e papeis. Ferramentas que fazem milagres!Minhas agendas,meus cadernos ....


Ah! as cores são tudo! Como minha a ajuda da minha formação profissional, percebo muito do que está ao meu redor!nada de coisa velha gente! só  um olhar mais atento sobre os objetos, paredes, móveis tudo que te faz bem ! Fico boba em ver cores inusitadas em obras e objetos que encantam o olhar e a alma. Depois de dias cinzentos ver o anil do céu novamente é uma alegria.Coloca um Up na gente, desperta da preguiça, pois quando chove parece que o corpo enguiça. É difícil sair da cama do calor do lençol, o dia vai passando e a gente empurrando pra ver se pega no tranco! Mas depois da tempestade vem a bonança e sempre surgi um arco-íris sob o céu cinzento!
Oxumaré que o diga!!
Que seria de nós sem o sol repositor de energias e coragem.Para realizar-mos nossa fotossíntese mental expelindo os vícios e inspirando bons fluidos.
E graças a internet -nossa- de - cada -dia temos várias ideias pra curtir. Os blogueiros de plantão que me sigam!Pois é esse mundo fantástico dos blogs ou seria BOB (desenho muito louquinho) lá do tempo de pirralha! Hoje temos os blogs e de tanto futucar os alheios como o da Thalita Site que A_DO_RO!! vejo milhões de motivos pra colorir.Olha que fofas!!!
 
Nós somos os únicos responsáveis pelas cores da nossa vida, se a sua vida estiver sem cor. Experimente outra luz, outra lente.As cores são alimentos pro espírito.Vamos pôr cor na nossa vida ! Vale tudo, desde o lápis de cor ao uso de tintas e sprays, experimentando todas sem preconceito porque a surpresa está na inusitada combinação do roxo com amarelo (que eu adoro) !
Ânimo! e muitas cores pra vc! 
Afinal o Universo é multicolor!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Não sou a areia
onde se desenha um par de asas
ou grades diante de uma janela.
Não sou apenas a pedra que rola
nas marés do mundo,
em cada praia renascendo outra.
Sou a orelha encostada na concha
da vida, sou construção e desmoronamento,
servo e senhor, 

e sou
mistério
A quatro mãos escrevemos este roteiro
para o palco de meu tempo:
o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos
a sério.

( Lya Luft)
Os dias vão passando devagar e sempre.
Nuvens do tempo,levadas pelo vento.
Fazendo a noite cair suave feito pluma.
Me permito sonhar, escutar meu coração.
Seus olhinhos fechados,marcam a fronteira entre o silêncio e despertar.
Cria promessas e intuições.
Vou registrando ou tentando registrar,esses pequenos instantes levados pelo vento, pelo tempo...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Está aberta a caixa de Pandora...

Assim como o mito abro esta caixa com curiosidade .Mito que possui várias versões mas em resumo nos conta  a história da primeira e mais bela mulher já criada  por Zeus (Deus dos deuses) para punir Prometeu por este ter revelado o segredo do fogo para a humanidade.Porém Pandora resolveu abrir sua ânfora (a expressão "caixa de pandora" foi criada no Renascimento) que continha todos os males da humanidade e liberou todas as desgraças (vícios, doenças, loucura, pobreza, pragas, violência, crimes, etc). Ao fechá-la,  rapidamente, conseguiu prender somente em seu interior a esperança que por séculos ficaria  como uma promessa de retorno aos felizes e ditosos tempos da infância da espécie humana sobre a Terra.
Uso da simbologia para explicar nossas inquietações e inconstâncias pessoais no exercício diário de viver em busca da paz de espírito.

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